08 JUL 2025
É o que informa a coluna de Andreza Matais, no Metrópoles. Diz que a agenda do presidente Lula (PT) e Janja da Silva no centro de São Paulo, no fim de junho, foi articulada com a Associação da Comunidade do Moinho, entidade que, segundo documentos obtidos pela coluna, teve sua sede usada para armazenar drogas do PCC.
A presidente da ONG, Alessandra Moja Cunha, é irmã de Leonardo Monteiro Moja, o “Léo do Moinho”, traficante preso em 2023 e apontado pelo Ministério Público de São Paulo como líder do tráfico local. Alessandra tem passagem por homicídio e familiares com vínculos diretos com o crime organizado.
Dois dias antes da visita oficial, o ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) esteve na sede da entidade, o mesmo endereço onde a Polícia Civil apreendeu drogas em 2023. O governo afirma que a reunião tratou apenas da realocação das 900 famílias que vivem na área ocupada, e que essa interlocução é “parte essencial das políticas públicas”.
Apesar disso, o MPSP denuncia que a região é uma base do PCC, com acesso restrito a não moradores, e que parte da comunidade sofre intimidações por aceitar sair do local. A proposta do governo é transformar o terreno, que pertence à União, em um parque, mas a cessão só ocorrerá após a desocupação.
A visita presidencial contou com a presença de parlamentares do PT e PSOL. O governo diz que a mediação com a comunidade se deu por uma liderança “com trajetória reconhecida e idônea”.
A revelação de vínculos da associação com o tráfico levanta questionamentos sobre os critérios do governo federal para negociar com interlocutores comunitários, especialmente quando há alertas documentais de envolvimento com organizações criminosas.
Autor(a): BZN