Política

Mas, quem é Davi Alcolumbre?

02 FEV 2019

Foto: Fábio Pozzebom/ABr

Nome completo: David Samuel Alcolumbre Tobele. É judeu, 41 anos de idade. Comerciante. Filho de um mecânico e uma empresária, de acordo com sua página no Facebook.

Sua candidatura ao Senado foi inicialmente apoiada por um potiguar: o ex-senador José Agripino, em 2018. E também por outro bambambã do DEM: Ronaldo Caiado.

Tudo começou após a derrota dele para o governo do Amapá, que amargou o terceiro lugar, com 94 mil votos (23,75%).

Diante dos seus mais quatro anos de Senado garantidos, começou a vislumbrar o projeto de disputar a presidência do Senado. Sorte, teve de pronto o apoio dos dois influentes democratas.

Logo toda a cúpula nacional do DEM comprou a ideia da candidatura. A ponto de ACM Neto, presidente nacional da legenda, autorizar o aluguel de um jatinho para que Alcolumbre visitasse estados e fosse apresentado a outros senadores.

E olhe que ele não é de discursar. Mas é um ás nas articulações políticas.

Na presidência interina, anteontem (1º), falou mais ao microfone do que durante os quatro anos de mandato. Nos registros do Senado constam apenas sete falas oficiais. A última vai completar um ano no próximo dia 19. Ocasião em que usou a tribuna para homenagear a capital do seu estado: Macapá, que estava completando 260 anos.

TRAJETÓRIA 

A carreira política começou em 2001, quando assumiu uma vaga de vereador na Câmara Municipal de Macapá, então a filiado ao PDT.

Em 2002 foi eleito deputado federal. E reeleito em 2006 e 2010. Integrante do Diretório Nacional e do Conselho Político do movimento jovem do DEM, Alcolumbre ganhou as eleições para o Senado em 2014, com 36,26% dos votos, vencendo o favorito ex-senador Gilvam Borges.

Já no primeiro ano de mandato assumiu a presidência da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal.

Votou pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas foi contra a cassação do mandato do tucano Aécio Neves no Conselho de Ética do Senado. E também foi favorável, em outubro de 2017, da manutenção do mandato de Aécio, derrubando decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) no processo em que o mineiro é acusado de corrupção e obstrução da Justiça por solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista (JBS).

Empresa que injetou R$ 138 mil em doação eleitoral na campanha do amapaense, em 2014. Mesmo assim ele presidiu a CPI do BNDES, que tinha como maior alvo a JBS. O senador justificou que não teve nenhuma contrapartida em troca dos recursos.

CADEIRA AZUL

Já declarada a disputa com Renan Calheiros (MDB-AL), ganhou visibilidade com as movimentações de bastidores do ministro-chefe da Casa Civil, democrata Onyx Lorenzoni. 

No primeiro dia da legislatura que começou em 2019, presidiu a sessão para escolha do novo presidente da casa, 1º de fevereiro, por ser o único remanescente da mesa diretora da legislatura anterior. Conquistou logo a votação aberta para a eleição, contrariando as intenções do todo-poderoso Renan Calheiros. Até mesmo da decisão no meio da madrugada do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que concedeu liminar a pedido do grupo de Calheiros para que a votação fosse secreta, seguindo o mandamento regimental do Senado.

Autor(a): Eliana Lima



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