22 MAI 2025
Salões generosos de uma mansão no Lago Sul, reduto da elite brasiliense, na noite de terça-feira (20) deram palco a um novo capítulo da série A República dos Jantares. O menu era refinado, mas o prato principal era indigesto: a tensão entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional.
Na cabeceira, o decano Gilmar Mendes, ministro do STF, saboreava o cenário com seu já conhecido apetite institucional. À mesa, líderes partidários tentaram o que deu efeito bumerangue. Queriam que o ministro fizesse chegar aos ouvidos de seus pares um recado claro: o Legislativo não aceitará mais interferências, como a situação do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e as incisivas do ministro Flávio Dino sobre as emendas parlamentares.
O recado, entretanto, voltou. Com a sutileza de um trator em marcha lenta, Gilmar respondeu que decisões do Congresso que atentem que eles entenderem contra a Constituição continuarão sendo barradas no STF. E sugeriu que os parlamentares canalizem suas energias para causas estruturantes que o país precisa, como saúde, educação e segurança.
O mais curioso é que o Congresso, desunido em quase tudo, só se une quando sente o cheiro de dinheiro, seja na forma de emendas, seja na tentativa de blindar colegas e aliados. Já para projetos estruturantes, medidas populares e a anistia, o apetite some.
Ah!
Ou seja: GM deixou claro nas entrelinhas que se aprovarem a anistia, o STF derruba.
Autor(a): BZN