A empolgação costuma ser grande no início da jornada na academia. No entanto, após algumas semanas, muitos veem o entusiasmo dar lugar à desmotivação. Esse é o desafio enfrentado pela engenheira civil Hellen Costa, 36 anos, aluna da Bodytech Tirol, em Natal.

“Minha rotina é exaustiva. Trabalho o dia inteiro e, mesmo sem esforço físico, o cansaço emocional me desmonta. Penso em desistir muitas vezes, e sempre quando o desânimo me vence eu falto”, desabafa Hellen.

Segundo Wemerson Sena, profissional de educação física da Bodytech Tirol, o primeiro mês na academia costuma ser o mais difícil — e o mais abandonado. “Muita gente chega com expectativas irreais, esperando resultados imediatos. Quando essas mudanças não aparecem rapidamente, vem a frustração. Somado à dor muscular, quebra de rotina e ausência de hábito, fica difícil manter a frequência”, explica.

Wemerson aponta que, para quem está começando, a palavra-chave é realismo. “O ideal é iniciar com dois a quatro treinos por semana, de 45 a 60 minutos, com exercícios básicos. A meta, no início, é formar o hábito, não buscar performance.”

Para Hellen, essa abordagem tem feito a diferença. Sem conseguir seguir horários fixos, nem contar com companhia, ela tem apostado em algo mais poderoso: a própria consciência. “Não consigo combinar com amigas, não tenho horário fixo. Então, trabalho a mente pra lembrar que estar lá é necessário. Depende só de mim.”

Outro ponto importante, de acordo com Wemerson, é estabelecer metas de curto prazo. “Troque o ‘quero perder 10kg’ por ‘quero vir três vezes por semana este mês’. Pequenas metas criam vitórias que mantêm a motivação”, enfatiza. E mesmo quando os resultados visíveis ainda não apareceram, o corpo já começa a responder. “A pessoa sente mais disposição, dorme melhor, o humor melhora. São sinais de que vale a pena continuar.”

Em meio às pausas e recomeços, Hellen já experimentou o que acontece quando a constância é deixada de lado. “Eu já desisti uma vez. E as dores na lombar só aumentaram. Foi aí que percebi: que muito além da estética, eu preciso cuidar da minha saúde.”

Para quem está começando e sente a força de vontade falhar, ela oferece uma resposta honesta. “Ainda estou aprendendo a manter a disciplina. Mas já entendi que ninguém vai fazer isso por mim.”

Sena reconhece que nem todos gostam de treinar no início, momento em que o corpo está se adaptando e a mente ainda não associou o exercício ao prazer, mas ele garante que com o tempo, isso muda. E quando a motivação não aparecer? “Reduza a cobrança. Vá mesmo que seja só pra fazer algo leve. O importante é não quebrar o hábito”, finaliza.

Autor(a): BZN