Política

Escândalo bilionário no INSS chega ao RN com entidade ligada a ex-dirigente do Republicanos de Hugo Motta

05 MAI 2025

Foto: Abraão Lincoln e Hugo Motta - Reprodução Metrópoles/redes sociais de AL

O Rio Grande do Norte entra no novelo nefasto do bilionário roubo contra aposentados e pensionistas do INSS, investigadas pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto. Uma das entidades no centro do escândalo é a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), presidida por Abraão Lincoln, ex-comandante do Republicanos no RN e aliado de lideranças nacionais do partido, como Marcos PereiraMarcelo Crivella e Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados.


Abraão Lincoln mantém laços políticos estreitos com o Republicanos e recentemente participou, em Brasília, do luxuoso aniversário do presidente nacional do partido, Marcos Pereira, avaliado em mais de R$ 1 milhão. Na ocasião, posou com os deputados Crivella e Hugo Motta.

Segundo revelou o portal Metrópoles, a CBPA saltou de zero para 445 mil filiados entre 2022 e 2024, faturando R$ 123 milhões com descontos diretos em aposentadorias, muitos deles feitos sem consentimento dos segurados. A entidade é alvo de milhares de ações judiciais e suspeita de operar um esquema de filiação fraudulenta.


O escândalo envolve ainda nomes de peso na estrutura do INSS. Guilherme Serrano, ex-presidente do instituto, participou da assembleia da CBPA que selou o acordo de descontos, e depois assinou o próprio convênio enquanto comandava o INSS. Já o ex-diretor André Fidelis pegou diária pública para ir a uma festa da entidade e acabou demitido após as revelações.


A PF apura o pagamento de propinas, incluindo depósitos feitos à mulher do procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, e ao filho de Fidelis. Os pagamentos teriam sido intermediados por operadores como o empresário Adelino Rodrigues e o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, suspeito de atuar como elo entre as entidades e agentes públicos.


A série de reportagens do Metrópoles motivou investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e resultou nas demissões do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi. Ao todo, 38 reportagens do portal foram usadas pela PF como base para a operação.

Autor(a): BZN



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