O comerciante Alexandre Roger Lopes foi assassinado em Itapajé, no interior do Ceará, após não pagar o valor exigido por uma facção criminosa para manter seu espetinho em funcionamento. O grupo, ligado ao Comando Vermelho (CV), havia elevado a cobrança mensal de R$ 400 para R$ 1 mil. Dois dias depois de transferir apenas o valor antigo, Alexandre foi baleado e não resistiu.

Além do pequeno comércio, Alexandre trabalhava como motorista particular, transportando passageiros e encomendas entre Itapajé e Fortaleza. O espetinho, aberto neste ano, funcionava na calçada de uma casa no bairro Santa Rita.

O crime ocorreu no último domingo (17). Alexandre atendia clientes quando Lucas Mateus dos Santos se aproximou por volta das 22h, dizendo que havia uma ligação para ele. Ao pegar o celular e se virar, o comerciante foi atingido por dois disparos. Socorrido inicialmente ao hospital municipal e depois transferido para o Instituto Dr. José Frota, em Fortaleza, ele morreu no dia 19.

As investigações apontam que Alexandre vinha sendo extorquido pelo CV e realizava transferências mensais de R$ 400 aos criminosos. No dia 15, enviou o valor antigo, sem o reajuste exigido, e acabou sendo alvo de execução. Depoimentos, comprovantes de pagamento e imagens de câmeras de segurança sustentam a linha de investigação.

O atirador, identificado por testemunhas e registrado em vídeo deixando a cena do crime, foi preso pela Polícia Civil em 22 de agosto. Em depoimento, confessou ter matado Alexandre a mando da facção. Nesse sábado (23), a Justiça converteu a prisão em preventiva.

De acordo com o inquérito, Lucas Mateus atuava como executor do Comando Vermelho para intimidar comerciantes da região. A facção estaria impondo uma série de extorsões em Itapajé, levando empresários a fechar seus negócios ou até a deixar a cidade.

Autor(a): BZN