O vereador Mateus Batista (União), de Joinville (SC), gerou polêmica após defender a criação de um “controle migratório” interno para limitar a chegada de moradores de outras regiões do país, especialmente do Norte e do Nordeste.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar afirmou que, sem medidas restritivas, Santa Catarina pode virar "um grande favelão”. Segundo ele, o estado estaria “pagando a conta duas vezes”: ao perder recursos no pacto federativo e ao lidar com os efeitos da migração, como sobrecarga na rede de ensino, crescimento da população em situação de rua e aumento dos problemas de mobilidade.

Mateus Batista responsabilizou a “má gestão e a corrupção” em estados nortistas e nordestinos pelo fluxo migratório e disse que, caso nada seja feito, “Santa Catarina vai explodir”. A proposta, de acordo com ele, permitiria que prefeituras regulassem a entrada de novos moradores com base na capacidade de seus serviços públicos, como saúde e educação.

O vereador argumentou que não é contrário à migração em si, mas que considera necessário limitar o movimento populacional quando o crescimento dos serviços públicos não acompanha a demanda.

A declaração foi criticada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville (Sinsej), que divulgou nota de repúdio. A entidade acusou o parlamentar de estigmatizar trabalhadores vindos do Norte e Nordeste e de adotar um discurso de exclusão. O sindicato lembrou ainda que Santa Catarina também enfrenta problemas de corrupção, citando o caso dos respiradores durante a pandemia. “Repudiamos as falas do vereador que, além de reproduzirem senso comum e mentiras, contribuem ainda mais para a violência entre trabalhadores”, afirmou o Sinsej.

Autor(a): BZN