A mais recente edição do Censo Imobiliário, conduzida pela Brain – Inteligência Estratégica e encomendada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN) em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN), foi apresentada à diretoria e aos associados do Sinduscon/RN. 

De acordo com o levantamento, o mercado imobiliário de Natal apresentou sinais de desaceleração no segundo trimestre de 2025. Os lançamentos, vendas e o Valor Geral de Vendas (VGV) tiveram retração em comparação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, os preços dos imóveis continuam em trajetória de valorização. 

Natal

O número de unidades verticais lançadas caiu 12% em relação ao 2º trimestre de 2024, enquanto o VGV lançado apresentou um recuo de 68,5%, demonstrando uma relação direta com a quantidade de lançamento dos produtos do Programa Minha Casa Minha Vida, que atingiu 47% dos lançamentos contra apenas 4,7% no 2º trimestre de 2024. 

O volume de vendas também foi menor quando comparado ao 2º trimestre de 2024, com queda de 37,3%, justificado pelo crescimento atípico das vendas em 2024 (58,9% em relação a 2023), mas, considerando a variação de vendas em relação ao 1º trimestre de 2025, houve um aumento de 31,9%, saindo de 204 unidades (2024) para 269 unidades (2025). 

Região metropolitana 

A região netropolitana, por outro lado, apresentou um cenário mais positivo. Parnamirim puxou os resultados com alta de 16,4% nas vendas e crescimento de 20,3% no VGV vendido, amenizando o impacto da retração registrada na capital potiguar. 

Um dos fatores que explicam esse desempenho é o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Enquanto em Natal predominam imóveis de padrão médio e alto, na Região Metropolitana os empreendimentos econômicos representam quase 70% da oferta. Essa característica torna cidades como Parnamirim mais dinâmicas, já que o programa garante financiamento facilitado e grande procura por parte da população. O efeito pode ser visto na absorção mais rápida dos estoques: enquanto Natal encerrou o trimestre com aumento de 13,5% na oferta final, a região metropolitana registrou queda de 55,7%. 

Valorização do preço por metro quadrado

Mesmo diante desse cenário de queda nos lançamentos e vendas, os preços continuam em ascensão. O metro quadrado médio em Natal atingiu R$ 8.372, o que representa alta de 7,7% nos últimos 12 meses. Imóveis de quatro dormitórios e padrão alto lideram a tabela de preços. 

Com esses dados em mãos, Francisco Ramos, vice-presidente de Mercado Imobiliário do Sinduscon/RN, avalia o mercado de forma bastante positiva, mas também com atenção a alguns pontos de cuidado. "Um destaque relevante é que a intenção de compra da população subiu para 49%, um número significativo que mostra confiança do consumidor. Por outro lado, observamos que o preço médio dos imóveis teve um aumento de 7,7%, acima da inflação do período, indicando uma recuperação dos preços dos imóveis em Natal, o que exige atenção de quem pretende adquirir um imóvel", avalia. 

Para ele, vale destacar que, apesar desse aumento, o preço médio dos imóveis em Natal ainda se encontra muito abaixo do registrado em cidades semelhantes, como João Pessoa. "Portanto, para quem está procurando comprar, este é um momento propicio para aproveitar os preços mais atrativos do mercado". "Quanto aos lançamentos, houve uma queda, que está diretamente correlacionado as taxas de juros elevadas. Mas já há um indicativo de que a taxa Selic vai começar a cair, o que deve provocar uma retomada nos lançamentos e um crescimento positivo do setor”, explica Ramos. 

Anna Menezes, analista do Sebrae/RN, avalia que os dados podem levar os empresários do setor a tomarem decisões mais estratégicas. “Este é o terceiro trimestre em que apresentamos os dados da pesquisa, permitindo acompanhar o mercado desde o último trimestre de 2024 e identificar tendências. O objetivo é fornecer informações precisas para que empresários, micro e pequenas empresas analisem o mercado e tomem decisões que indiquem onde investir, onde atuar ou até mesmo recuar, oferecendo um direcionamento estratégico seguro”, finaliza.

Autor(a): BZN