Política

Roubo no INSS teve como público-alvo idosos, analfabetos e pessoas com deficiência

01 MAI 2025

Foto: ChatGPT/BZN

Entre 2019 e 2024, um esquema nacional de fraudes desviou mais de R$ 6,3 bilhões diretamente dos benefícios de aposentados, pensionistas e segurados do INSS. A operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela CGU, revelou o maior escândalo recente da Previdência Social brasileira.


As vítimas mais atingidas são justamente as mais vulneráveis: idosos com limitações físicas ou cognitivas, pessoas com deficiência, analfabetos e moradores de regiões rurais isoladas. Muitos deles sequer sabiam da existência das entidades às quais foram vinculados, mas passaram a sofrer descontos mensais em nome de sindicatos e associações sem nunca terem autorizado a filiação.


Segundo a CGU, mais de 97% dos entrevistados negaram ter assinado qualquer contrato. Em diversos casos, os débitos persistiram mesmo após cancelamentos formais, o que aponta para uma fraude sistêmica.


O golpe ocorreu em todo o país. No Rio Grande do Norte, houve adulteração de dados bancários. No interior do Amazonas, um idoso foi registrado como filiado a uma entidade a quase mil quilômetros de distância, o que seria inviável até fisicamente.


A investigação revelou a atuação de centenas de entidades fantasmas, que recebiam repasses sem oferecer qualquer serviço. Com a repercussão, o governo suspendeu os pagamentos e determinou o ressarcimento das vítimas. O presidente do INSS à época, Alessandro Stefanutto, foi exonerado.


O caso gerou forte reação política, com pedido de criação da CPI das Fraudes entregue ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Para os investigadores, mais do que um desvio de dinheiro, o esquema representa um ataque direto à dignidade de milhões de brasileiros. O forte da investigação está em curso, após as buscas e apreensões feitas.

Autor(a): BZN



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