Quem é Alysson Bezerra? Aos olhos desavisados, um fenômeno das urnas. Prefeito de Mossoró com votação consagradora, presença digital estratégica e pinta de político jovem que “faz e acontece”. Mas, ao olhar com lupa, ou apenas com um pouco de ceticismo, a pergunta que surge é outra: além do marketing, o que há de concreto?

Desde que surgiu na política, Alysson se construiu como outsider. Saiu do rádio, foi eleito deputado estadual em 2018 e virou prefeito em 2020, prometendo “limpar Mossoró das oligarquias” com ares de paladino. Mas passados mais de três anos de mandato, a lista de feitos reais, de políticas públicas estruturantes, segue tímida. Quando não nula.

Os holofotes são abundantes. As ações midiáticas, também. Mas e os resultados? A educação municipal revolucionou? Não. A saúde teve salto de qualidade? Longe disso. A infraestrutura urbana mudou o perfil da cidade? Nem perto.

O que se vê é uma gestão marcada por vídeos editados, anúncios vistosos e tapinhas no ombro…com um fundo de endividamento crescente, denúncias abafadas e um jogo de cena bem ensaiado. Ao mesmo tempo, o discurso da renovação convive com velhas práticas, como controle de mídia amiga, assédio institucional a servidores e montagem de cabides eleitorais no guarda-roupa da Câmara.

Pois bem!

Alysson parece ter mais sede de futuro do que maturidade para o presente. Fala como pré-candidato ao governo do Estado em 2026, mas ainda não construiu um legado sólido nem como prefeito de Mossoró. Sua principal marca até aqui? Talvez o ponto eletrônico polêmico para os servidores ou o uso de verbas para impulsionar a própria imagem.

Político jovem com discurso moderno, mas práticas que lembram os figurões que jurou enfrentar. Já vimos esse roteiro. E o fim costuma ser um choque de realidade entre a autopromoção e a dura política de resultados.

Porque, no fim das contas, gestão pública não cabe em selfie. E nem em story patrocinado.

É.

Autor(a): Eliana Lima