28 AGO 2025
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagrou, nesta quinta-feira (28), uma megaoperação contra um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis, que contaria com a participação de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Participaram da ação agentes das polícias Federal e Militar, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, além de agentes e fiscais da Receita Federal.
Ao todo, 42 alvos estão localizados na Avenida Faria Lima, em São Paulo, um dos principais centros financeiros do país. Entre eles estão gestoras de fundos de investimentos e instituições financeiras, como Reag Investimentos, Trustee DTVM e Banco Genial.
A Reag Investimentos, em nota, informou que colabora integralmente com as autoridades, fornecendo documentos e informações solicitadas.
Já o Banco Genial disse ter recebido com “surpresa e indignação” a citação de seu nome na investigação e declarou que não foi oficialmente notificado. A instituição repudiou qualquer “insinuação infundada” que prejudique sua reputação e reafirmou seu compromisso com governança e compliance.
O esquema
Segundo o MPSP, o esquema teria causado um prejuízo de R$ 7,6 bilhões em sonegação de tributos. Aproximadamente mil postos de combustíveis ligados ao grupo movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. Uma fintech que funcionava como banco paralelo do PCC movimentou sozinha R$ 46 bilhões não rastreáveis no mesmo período.
As apurações indicam que o PCC mantém vínculos com uma rede de organizações criminosas, atuando para inserir recursos ilícitos na economia formal, especialmente no setor de combustíveis e no sistema financeiro.
Ao todo, os mais de 350 investigados podem responder por crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato. As irregularidades foram identificadas em diferentes etapas da cadeia de produção e distribuição de combustíveis.
Autor(a): BZN