Nacional

CRP defende que escolas brasileiras abordem diversidade sexual

29 JUN 2021

Foto: Reprodução

Recentemente, ataques de pais e professoras de alunos de uma escola pública de Campinas (SP) a um menino de 11 anos repercutiu nacionalmente. A criança sofreu retaliação ao sugerir no grupo de Whatsapp da escola, que fosse realizado um trabalho sobre o mês Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em junho.  O acontecimento chama a atenção para a necessidade da abordagem da diversidade sexual nas escolas.

Para o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (CRP-RN), a inclusão da diversidade e da educação sexual no plano pedagógico das instituições de ensino contribui para combater o preconceito desde a infância e prevenir as crianças de serem propagadoras da violência homofóbica. A instituição considera que é dever ético das escolas de todos os níveis, inserir no currículo escolar e no Plano Político-Pedagógico, o espaço de reconhecimento das sexualidades não heterossexuais para que sejam discutidos sem tabu, visto que a escola é o principal lugar das relações pessoais, subjetivas e de aprendizagem.

“Quando a escola não aborda essas expressões da sexualidade, ela compactua para uma cultura homofóbica, e para a invisibilidade dos alunos que sofrem com suas próprias questões de ordem da sexualidade. Dentro da escola não cabe seletividade, cabe respeito e diversidade. Porque é na diferença que aprendemos a construir nossos afetos. Quando educamos para a diversidade, estamos apostando em todas as formas de viver uma sexualidade, além de combater e prevenir a violência homofóbica no contexto escolar, familiar e social”, afirma o psicólogo e conselheiro Robério Maia, que estuda sobre o tema.

Para o estudante universitário Samuel Nunes, 21 anos, a temática da diversidade sexual fez falta durante sua trajetória escolar. ‘’Na minha época de escola essas temáticas eram completamente esquecidas, era um tabu, pois não era abordado de nenhuma forma, mesmo sendo a escola um dos primeiros ambientes em que se encara com a homofobia”, afirma.

Samuel afirma que sente, hoje, no ambiente universitário um local de acolhimento e segurança. “Na Universidade foi completamente diferente, é um ambiente mais preparado para levantar esse debate. Sem dúvida, a Universidade é o ambiente em que me sinto mais seguro. Foi justamente lá que consegui superar bloqueios que acumulei em minha vida”, diz.  
 

Autor(a): Eliana Lima



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