29 ABR 2025
A Polícia Federal (PF) avança na investigação sobre o escândalo da compra frustrada de respiradores pelo Consórcio Nordeste durante a pandemia de covid-19. Dos R$ 48,7 milhões pagos antecipadamente à empresa Hempcare em 2020, nenhum dos 300 equipamentos foi entregue. A PF aponta que os recursos públicos foram desviados para contas de terceiros e gastos com veículos de luxo e despesas pessoais, como faturas de cartão de crédito.
O caso, que já era alvo de ações judiciais, ganhou novo fôlego com a Operação Cianose, deflagrada para apurar os desdobramentos do contrato fraudulento. A empresa Hempcare, sem experiência na área médica, foi contratada diretamente, com pagamento integral feito antes mesmo da formalização do contrato de rateio entre os estados do Consórcio.
O Rio Grande do Norte pagou antecipadamente R$ 4.947.535,80 por 30 respiradores, que jamais chegaram. O valor foi transferido ao Consórcio Nordeste em abril de 2020, ainda sob a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT), que permanece no cargo.
O escândalo envolve diretamente ex-governadores que hoje ocupam posições de destaque no governo federal ou em instituições públicas:
- Rui Costa (PT), então governador da Bahia e presidente do Consórcio Nordeste, é hoje ministro da Casa Civil;
- Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí, é o atual ministro do Desenvolvimento Social;
- Camilo Santana (PT), ex-governador do Ceará, comanda o Ministério da Educação;
- Flávio Dino, então governador do Maranhão pelo PCdoB, é hoje ministro do STF;
- Renan Filho (MDB), então governador de Alagoas, é hoje ministro dos Transportes;
- Paulo Câmara (PSB), então governador de Pernambuco, preside atualmente o Banco do Nordeste (BNB).
Segundo a PF, a Hempcare repassou valores milionários para empresas sem qualquer relação com a venda de respiradores.
Autor(a): BZN