08 ABR 2025
Em coletiva nesta terça-feira (8), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou um novo pacote tarifário contra a China, que prevê sobretaxas total de até 104% sobre produtos chineses. A medida, que entra em vigor à meia-noite, representa uma das ações mais duras já tomadas pela atual gestão de Donald Trump no campo comercial.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que as represálias comerciais chinesas são “um grande erro” e destacou o desequilíbrio nas relações comerciais bilaterais. Em 2024, os EUA importaram quase três vezes mais produtos da China do que exportaram, o que, segundo o governo americano, justifica a escalada.
A resposta do governo chinês não demorou. Pequim classificou a decisão americana como “chantagem econômica” e prometeu que a “China lutará até o fim para defender seus interesses estratégicos”. Como retaliação, o governo chinês anunciou tarifas de 34% sobre uma nova lista de produtos americanos, com início já na quinta-feira (10). Especialistas temem que essa escalada leve a uma guerra comercial de proporções globais, com impactos severos sobre cadeias produtivas e mercados financeiros.
Para o Brasil, parceiro comercial tanto da China quanto dos Estados Unidos, o conflito gera incertezas. As commodities brasileiras podem ganhar espaço nos dois mercados como alternativa, mas também podem sofrer com a redução da demanda global e a volatilidade cambial. “O Brasil precisa agir com cautela e diplomacia para se beneficiar de eventuais janelas de oportunidade sem se tornar alvo de retaliações cruzadas”, avalia o economista João Pedro Vieira, da Fundação Dom Cabral.
Elon Musk no olho do furacão:
O cenário reforçou a especulação sobre a possível saída de Elon Musk do cargo que ocupa no Departamento de Eficiência Governamental (Doge). No seu X, Musk desmentiu os rumores com sua marca registrada de ironia. Respondendo a uma publicação, escreveu: “Sim, notícias falsas.” A Casa Branca confirmou: Musk continua no cargo e segue alinhado com o presidente.
Segundo fontes próximas ao bilionário, Musk estaria incomodado com algumas decisões comerciais do governo, especialmente aquelas que afetam o setor de veículos elétricos — no qual sua empresa, a Tesla, é diretamente impactada.
Autor(a): BZN
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