Saúde

Trombose: causas, sintomas e a importância do diagnóstico precoce

14 ABR 2025

Foto: Divulgação

Imagine estar em casa, curtindo sua família e o descanso merecido após um dia de trabalho e, ao abrir sua caixa de e-mail, a surpresa: o resultado de um exame de rotina e uma mensagem do seu médico solicitando uma consulta com urgência. O coração acelera, a mente busca explicações e, de repente, o que parecia um simples check-up se transforma em preocupação. Para muitas pessoas, esse é o primeiro contato com a trombose venosa profunda (TVP), uma condição vascular séria caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos em veias profundas, principalmente nas pernas.

Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, a trombose foi responsável por mais de 489 mil internações no Brasil entre 2012 e 2023, com uma média de 165 hospitalizações diárias no último ano do levantamento. O maior perigo dessa doença está no fato de que, muitas vezes, seus sintomas passam despercebidos. Quando não identificada e tratada a tempo, a TVP pode evoluir para complicações mais graves, como a embolia pulmonar.

Segundo a médica angiologista e cirurgiã vascular Ilana Barros, a trombose ocorre quando há um desequilíbrio na coagulação sanguínea. Esse processo pode ser desencadeado por diversos fatores, como predisposição genética, uso prolongado de anticoncepcionais, tabagismo, obesidade, sedentarismo, varizes não tratadas e algumas condições médicas, como câncer e doenças autoimunes. Além disso, longos períodos de imobilidade, como viagens prolongadas ou recuperação pós-cirúrgica, podem aumentar significativamente o risco da doença. "A combinação de múltiplos fatores pode tornar a trombose ainda mais perigosa, por isso a prevenção e o acompanhamento médico são fundamentais", explica a especialista.

A trombose pode ser assintomática em alguns casos, mas, quando apresenta sintomas, geralmente inclui inchaço repentino em uma das pernas, dor localizada que pode piorar ao caminhar, sensação de calor na região afetada, alteração na coloração da pele, que pode ficar avermelhada ou arroxeada, além do aparecimento de veias mais dilatadas. "Muitas pessoas confundem esses sinais com cansaço ou dores musculares, o que pode atrasar o diagnóstico e aumentar os riscos. É essencial procurar um especialista ao notar qualquer alteração persistente", alerta Ilana Barros.

O diagnóstico da trombose é feito por meio de exames como o ultrassom Doppler, que permite visualizar a presença de coágulos nas veias. "O exame é simples, indolor e fundamental para um diagnóstico preciso. A identificação precoce da trombose faz toda a diferença no tratamento e na prevenção de complicações", explica a médica.

Já a prevenção envolve cuidados simples, mas essenciais, como manter-se ativo, evitar permanecer longos períodos sem movimentação, beber bastante água e utilizar meias de compressão quando indicado. "Pacientes com histórico familiar ou fatores de risco devem buscar orientação médica para avaliação individualizada. Em alguns casos, o uso de anticoagulantes pode ser necessário para evitar a formação de coágulos", reforça a especialista.

Autor(a): BZN



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