19 JUN 2025
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram no veneno de um escorpião amazônico uma toxina com potencial terapêutico contra o câncer de mama. Em testes laboratoriais, a substância foi capaz de eliminar células tumorais com eficácia semelhante à do paclitaxel, um dos quimioterápicos mais utilizados atualmente no combate à doença.
O estudo foi conduzido por cientistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A toxina foi extraída do veneno do escorpião Brotheas amazonicus, espécie nativa da floresta amazônica.
“Conseguimos identificar uma molécula [BamazScplp1] na espécie desse escorpião amazônico que é semelhante à encontrada em peçonhas de outros escorpiões e com ação contra as células do câncer de mama”, disse a professora Eliane Candiani Arantes, da FCFRP-USP, coordenadora do projeto, em entrevista à Agência FAPESP.
Os resultados iniciais foram apresentados na FAPESP Week França, evento realizado em Toulouse, entre os dias 10 e 12 de junho, e indicam que a molécula pode ser uma promissora candidata para novos tratamentos oncológicos. Os pesquisadores agora trabalham para sintetizar o composto em laboratório, o que eliminaria a necessidade de extração direta do veneno do animal.
Autor(a): BZN