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Peixe-leão é capturado em Baía Formosa

08 JUN 2025

Um peixe-leão foi capturado nas águas de Baía Formosa (RN), durante pesca de lagosta nesse sábado (7). O vídeo nos foi enviado pelo jovem pescador local Jeffinho (Instagram @boy.jeffinho_123). Em conversa com o BZN, ele disse que já viu algumas vezes a espécie nas águas do município, desde o ano passado. Conta-nos que o peixe foi pego por um colega, que colocou no balde com água e depois, com a mão, pegou o peixe e devolveu ao mar.


No dia 18 de maio, o jovem Tiago Rodrigues da Silva, 25 anos, morreu após passar mal durante um mergulho para pesca na praia de Pernambuquinho, em Grossos, no RN. A família de Tiago suspeita de ferimento por um peixe-leão. Ele relatou ter sido “picado” três vezes pela espécie. A causa exata da morte ainda está sob investigação, aguardando laudos periciais que determinarão a presença de toxinas no seu organismo.


Imperativo destacar que, até o momento, não há outros casos confirmados de mortes no Brasil diretamente atribuídas ao veneno do peixe-leão. Estudos sobre o peixe indicam que, embora o veneno possa causar sintomas severos e incapacitantes, ele não é fatal para pessoas saudáveis. Os acidentes registrados no país, como o caso de um pescador no Ceará em 2022, resultaram em dor e outros sintomas, mas não em óbitos diretos pela toxina.


O caso de Tiago Rodrigues no RN é um lembrete da importância da conscientização sobre a presença do peixe-leão e dos cuidados necessários ao lidar com essa espécie invasora. A pesquisa e o monitoramento contínuo são essenciais para entender e mitigar os impactos dessa ameaça crescente ao nosso ecossistema marinho.


Trata-se de um peixe originário do Indo-Pacífico que vem se espalhando por águas do Caribe, Golfo do México e agora do Brasil, causando graves impactos ambientais e riscos à saúde.


Registrado pela primeira vez no Brasil em 2014 e 2015 no Rio de Janeiro, sua proliferação mais acentuada começou em 2020, com avistamentos em diversos estados do Norte e Nordeste, como Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. A espécie demonstra uma notável capacidade de adaptação, sendo encontrada em diferentes profundidades e ambientes, desde recifes de corais até estuários e manguezais.


Este predador agressivo e voraz se alimenta de outras espécies marinhas, ameaçando o equilíbrio ecológico e a produção pesqueira local. Além disso, o peixe-leão possui 18 espinhos venenosos. Embora seu veneno não seja considerado fatal para pessoas saudáveis, o contato pode causar dor intensa, bolhas, enjoos, convulsões e inflamação. Em caso de acidente, é fundamental procurar atendimento médico e aplicar água quente no local para mitigar os efeitos do veneno.


A alta capacidade reprodutiva do peixe-leão, com fêmeas liberando milhões de ovos por ano, aliada à ausência de predadores naturais no Atlântico Sul, dificulta o controle de sua população. A erradicação é praticamente impossível, e a estratégia atual foca no controle populacional através da caça.



Autor(a): BZN



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