A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) deflagrou a operação Rotas do Rio, para desarticular uma rede de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro ligada à facção Comando Vermelho (CV). 

A ação chamou atenção pelo foco em imóveis de alto padrão localizados em bairros nobres da capital fluminense, como Leblon, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, utilizados tanto como esconderijo de chefes do tráfico quanto como centros logísticos de distribuição de drogas.

Lupas de investigações revelaram que o grupo criminoso utilizava rotas que partiam da região amazônica, cruzavam o Centro-Oeste e Minas Gerais, e chegavam ao Rio, onde as drogas eram distribuídas por meio de serviços de entrega, inclusive nas chamadas áreas nobres da cidade. Imóveis luxuosos, com jacuzzi, sala de cinema e piscina “tipo aquário” foram descobertos como bases de operação para o chamado “disque-drogas”.

A operação também revelou o uso de armamentos de origem no Leste Europeu, além de um esquema financeiro sofisticado para movimentar os lucros do tráfico. Por trás das ações estava a “Caixinha do CV”, um fundo interno da facção usado para financiar compra de armas, invasões em áreas rivais, pagamento de propinas e a própria expansão territorial da organização.

Entre os métodos identificados para lavar o dinheiro, estavam a utilização de contas de passagem, transferências fracionadas e o uso de empresas de fachada. A polícia apreendeu veículos de luxo, joias, dinheiro em espécie e documentações ligadas à movimentação ilícita de valores.

A operação resultou na prisão de diversos suspeitos, mas, segundo a PCERJ, as investigações continuam para identificar outros envolvidos e localizar mais bens vinculados ao esquema. O objetivo é atingir não apenas a base operacional do tráfico, mas também o coração financeiro da organização.

Autor(a): BZN