Saúde

Outubro Rosa: potiguares relatam como os exercícios físicos são aliados na luta contra o câncer de mama

11 OUT 2023

Foto: Divulgação

‌O câncer de mama continua sendo uma das principais causas de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. Embora o fator hereditário seja relevante, correspondendo a 10% dos casos, muitos outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Nesse contexto, a atividade física surge como uma aliada poderosa na prevenção e recuperação de pacientes em tratamento.

Inúmeras pesquisas apontam uma ligação profunda entre a atividade física e a prevenção do câncer de mama. Mulheres que mantêm uma rotina de exercícios regulares apresentam um risco significativamente menor de desenvolver a doença em comparação com aquelas que levam uma vida sedentária. Além disso, a atividade física auxilia na manutenção do peso adequado e regula os níveis hormonais, fatores cruciais para a prevenção deste tipo de câncer.

Para as mulheres que já travam uma batalha contra o câncer de mama, a prática de exercícios físicos pode ser uma aliada valiosa na busca pela qualidade de vida. Os tratamentos, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia, frequentemente causam fadiga, fraqueza muscular e outros efeitos colaterais que podem minar o bem-estar das pacientes.

Regina Maciel, 65, aluna Bodytech Tirol e professora universitária aposentada, vivenciou os benefícios dos exercícios durante sua luta contra o câncer de mama. Após descobrir o tumor em 2015, passou por um tratamento rigoroso, e relata como a atividade física se tornou uma aliada importante para enfrentar operações invasivas e medicamentos potentes.

“Um tratamento de câncer é sempre um processo doloroso. No meu caso, tive uma excelente assistência médica e grande apoio da família e dos amigos. Além disso, os exercícios fazem parte dos autocuidados essenciais para a recuperação e manutenção da saúde, o apoio se dá de modo físico, mental e até espiritual. Existe uma boa conscientização na área da saúde em relação a importância dos exercícios. Os profissionais da área incentivam muito a prática de atividades físicas, e foi nisso que foquei”, ressalta Regina.

Assim como ela, Michelle Pereira, 54, empresária do segmento do turismo e também aluna da academia, encontrou nos exercícios a força para enfrentar essa batalha. Com diagnóstico recente, em maio deste ano, descobriu um pequeno nódulo em um dos seus seios. Determinada a resolver o mais rápido possível a situação, procurou ajuda médica que logo a atendeu e realizou a cirurgia de retirada do nódulo, e assim que possível, ela retomou a musculação.

“Acho fundamental e tenho certeza que o resultado da minha recuperação, essa rapidez, se deve aos exercícios físicos, aos hábitos saudáveis que tenho desde muito cedo. Depois da minha cirurgia retomei minha prática de exercícios. Treinar é vida e necessidade, é uma maneira da gente fortalecer nosso corpo”, enfatiza Michelle.

De acordo com Matheus Peixoto, profissional de educação física na Bodytech Tirol, antes de qualquer coisa é necessário que as pacientes em tratamento tenham sido liberadas previamente por seus médicos para voltar às atividades físicas. Após essa liberação, é necessário levar em conta a condição no momento, que muitas vezes em alguns casos apresenta maior percepção de fadiga.

“O treino inicialmente deve ser voltado para restabelecer a funcionalidade daquela pessoa que chega para treinar. É importante ter um cuidado tanto físico como afetivo com aquele ser humano e com toda a situação que passou – com uma carga psicológica muito grande. Exercícios de força e exercícios aeróbicos são recomendados, respeitando a limitação de cada um”, explica.

Para ele, em geral, o tratamento do câncer é muito cruel para nosso corpo e mente. O exercício físico é uma forma de mitigar esses danos físicos e de desopilar daquela condição tão pesada que é todo o tratamento.

“Toda sessão de exercício concluída nos faz lembrar que somos capazes de continuar com nossa vida, fazendo alguns ajustes, de fato, mas capazes de viver. Porque no final das contas, o câncer assusta, mas não precisa ser o fim”, conclui Matheus.

Autor(a): BZN



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