A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (29), a oitava fase da Operação Sisamnes, que investiga um esquema de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e também no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Nesta etapa, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do juiz Ivan Lúcio Amarante, da Segunda Vara de Vila Rica (MT), além do bloqueio de bens e valores de até R$ 30 milhões atribuídos ao magistrado. Ele também teve o passaporte apreendido e está proibido de deixar o país.

Essa é a segunda medida de afastamento imposta ao juiz, que já havia sido suspenso anteriormente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que conduz processo administrativo disciplinar pelos mesmos fatos. Em nota, a defesa de Amarante afirmou que ele “nega veementemente” as acusações e destacou sua ficha funcional limpa em mais de 30 anos de magistratura.

De acordo com a PF, o magistrado estaria envolvido em um esquema que dissimulava o pagamento de propinas milionárias em troca de decisões judiciais favoráveis. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos no estado do Mato Grosso. Os investigados podem responder por corrupção judiciária e lavagem de dinheiro.

As apurações tiveram início a partir da investigação do assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023. Análises do celular da vítima revelaram mensagens que indicavam a comercialização de sentenças judiciais.

Além de Amarante, outros dois juízes do TJMT foram afastados por decisão do CNJ. Fases anteriores da operação também miraram servidores do STJ, que foram afastados de seus cargos. Segundo o STJ, os ministros não estavam cientes das irregularidades praticadas por seus assessores.

Nessa quarta-feira (28), a PF deflagrou a sétima fase da operação, com foco em identificar os mandantes e executores do assassinato de Zampieri. Entre os investigados está um grupo de extermínio suspeito de atuar mediante contratação para eliminar autoridades.

Autor(a): BZN