29 SET 2025
O ministro Luiz Phillipe Vieira de Mello Filho, recém-empossado presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), iniciou sua gestão com um discurso duro contra os chamados penduricalhos, benefícios e adicionais que engordam os vencimentos da magistratura e, muitas vezes, ultrapassam o teto constitucional. A informação é da coluna de Andreza Matais, no Metrópoles.
Em reunião do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), antes de sua posse oficial, Vieira de Mello Filho ironizou a prática ao dizer que a remuneração da carreira “virou uma espécie de gamificação”. “Se eu passar da primeira fase de audiência, eu ganho tal coisa. Se for para a sentença, recebo outra. Quem está ganhando mal, afinal?”, provocou.
A crítica vem em contraste direto com o histórico recente do TST, alvo de polêmica por gastos considerados supérfluos, como a construção de uma sala VIP no Aeroporto de Brasília por R$ 1,5 milhão, a compra de 27 carros Lexus a R$ 346,5 mil cada e um contrato de R$ 8,6 milhões anuais para atender demandas pessoais de ministros em apartamentos funcionais, incluindo troca de lâmpadas e instalação de eletrodomésticos.
Com perfil austero, o novo presidente já havia tentado, em 2023, aprovar no CNJ restrições como o veto a cachês por palestras e a obrigatoriedade de divulgar agendas de magistrados. A proposta foi derrotada, mas sinaliza o norte que ele pretende dar à sua gestão: reduzir privilégios e reforçar a ideia de que “juiz é servidor, e serve à sociedade”.
Autor(a): BZN