O escritor peruano Mario Vargas Llosa morreu na noite de domingo (13), em Lima, aos 89 anos, segundo comunicado de seu filho Álvaro Vargas Llosa. O autor morreu “em paz e cercado pela família”, e atendeu ao desejo de não realizar cerimônia pública de despedida, com seus restos sendo cremados em sigilo.

Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, Vargas Llosa foi um dos principais nomes do chamado “Boom” latino‑americano, ao lado de Gabriel García Márquez e Carlos Fuentes. Entre suas obras mais influentes estão A Cidade e os Cachorros, Conversa na Catedral e A Festa do Chivo, nas quais explorou tensões sociais e políticas do Peru e da América Latina.

Nascido em Arequipa, em 1936, o autor iniciou a carreira como jornalista antes de se dedicar integralmente à ficção. Político ativo, disputou a presidência do Peru em 1990, tornando‑se figura controversa por suas críticas ao comunismo e ao populismo, embora tenha mantido intensa produção literária e ensaística até os últimos anos de vida.

Além do Nobel, Vargas Llosa recebeu prêmios como o Cervantes, o Princesa de Asturias e o Jerusalem Prize. Em 2023, tornou‑se o primeiro estrangeiro admitido na Académie Française sem jamais ter escrito em francês. Seu legado inclui mais de 600 títulos entre romances, ensaios, peças teatrais e reportagens, traduzidos para dezenas de idiomas.

A família anunciou que não haverá velório aberto ao público e que a cremação seguirá procedimento reservado. Organizações literárias e governos do mundo todo já manifestaram pesar pela perda, ressaltando a contribuição de Vargas Llosa para a literatura e o debate político global.  

Autor(a): BZN