13 SET 2025
Um medicamento desenvolvido no Brasil demonstrou potencial para devolver movimentos a pessoas que sofreram lesões na medula espinhal e ficaram paraplégicas ou tetraplégicas. Chamado polilaminina, o fármaco é fruto de uma parceria entre o laboratório Cristália e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e surge como esperança para casos de lesões recentes.
Traumas na medula interrompem a comunicação entre cérebro e corpo, podendo resultar em paraplegia, perda de movimentos dos membros inferiores, ou tetraplegia, quando há comprometimento motor do pescoço para baixo. Entre as principais causas estão acidentes de trânsito, quedas, mergulhos e ferimentos por arma de fogo.
Nos estudos iniciais, cerca de dez pacientes voltaram a se mover após receberem o medicamento. Entre eles, um jovem de 31 anos vítima de acidente de trânsito, uma mulher de 27 anos que sofreu queda e um homem de 33 anos com lesão causada por disparo de arma.
O laboratório aguarda agora autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a fase 1 dos testes clínicos, que incluirá cinco pacientes. A etapa é essencial para avaliar segurança e eficácia antes da disponibilização em hospitais.
Como funciona a polilaminina
A polilaminina é uma proteína que estimula a regeneração das células da medula, permitindo a recuperação parcial ou total da mobilidade após um trauma. Produzida naturalmente pelo corpo durante o desenvolvimento do sistema nervoso, a substância pode ser obtida a partir da placenta humana, segundo descoberta da UFRJ.
Os efeitos são mais significativos quando o medicamento é aplicado nas primeiras 24 horas após a lesão, mas benefícios também foram observados em casos antigos. O tratamento requer apenas uma dose, seguida de fisioterapia para reabilitação.
A próxima fase dos estudos terá apoio do Hospital das Clínicas da USP, responsável pelas cirurgias, e da AACD, que fará a reabilitação dos pacientes.
Autor(a): BZN