Cultura

Leia na BZZZ: a ousadia das paixões do sertão potiguar de outrora, quando não se temia fugir para viver o amor

17 MAI 2025

Foto: BZZZ

Na nova edição da Revista BZZZ, que está nas bancas, saiba sobre os namoros de outrora, tempos em que o amor enfrentava tudo, até a resistência das famílias poderosas.


No sertão potiguar do início do século passado, amar era um ato de coragem. O historiador Rostand Medeiros nos conduz por uma viagem no tempo, revelando histórias de paixão que, mesmo vigiadas por olhares severos e regras rígidas, floresciam entre bilhetes escondidos, gestos discretos e encontros breves.


Na década de 1920, olhares discretos e encontros à distância marcavam os inícios das paixões. Tocar a mão da pretendida era quase escândalo. Para visitar a amada, o rapaz precisava da bênção da família, vestir-se com rigor e manter o decoro.


Mas quando o amor era proibido, surgia a ousadia: o “roubo da noiva”. Rostand narra o caso real de Zito e Mariazinha, que, com ajuda de amigos e no embalo de uma festa religiosa, fugiram juntos e mais tarde selaram o casamento. Era a única saída para muitos casais que viviam sob regras rígidas e famílias controladoras.


“Bulir” podia ser fatal


O simples ato de um rapaz “bulir” com a moça, ou seja, encostar, conversar em segredo ou tentar um contato físico, podia causar escândalos e até tragédias. Havia casos em que o pai da moça reunia parentes armados para defender a honra da família.


A sogra tinha papel central


A futura sogra era figura decisiva. Se o pretendente causasse boa impressão, era sinal verde. Se não, até uma fatia de bolo podia faltar, e o namoro acabava ali.


O namoro acontecia “na sala”


Depois de muita vigilância e aprovação, o namoro só acontecia na sala de visitas da casa da moça, com a presença atenta da família. Um “puxão de orelha” podia vir só por um olhar mais demorado.


Fugir com a noiva era tática amorosa


Quando tudo falhava, o casal podia optar pelo chamado “roubo da noiva”, prática aceita em segredo por algumas famílias. Com a ajuda de amigos e festas como pretexto, a fuga selava o amor e forçava o casamento.


Aparência era tudo


Antes de visitar a casa da amada, o rapaz precisava estar impecável: sapatos brilhando, chapéu alinhado, fala mansa. Um simples deslize podia manchar sua reputação.


Quem diria que os tempos de hoje, hein?! 


BZZZ - duas revista em uma, com capa de Natal e capa de Lisboa

Autor(a): BZN



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