05 JUN 2025
Num Brasil onde aberrações institucionais se acumulam e as rachaduras na democracia se escancaram, surge, como uma brisa lúcida em meio ao sufoco, a voz do humorista Hélio De La Peña, lembrando algo essencial: não podemos ideologizar aquilo que é o bem maior de todos, a liberdade.
Liberdade de falar, de discordar, de bradar, de rebater, de questionar. Ou até de simplesmente ignorar. Esses são os pilares invisíveis, mas indispensáveis, da convivência democrática. E é exatamente isso que parece estar sob ataque quando o poder se afasta do povo e passa a agir como se fosse dono dele.
Em tempos em que o medo da crítica vira instrumento, e a sátira passa a ser julgada como crime, é fundamental lembrar que a Constituição brasileira crava em seu artigo 1º, parágrafo único, que “todo poder emana do povo”. E não há povo livre sem liberdade de expressão, inclusive a mais desconfortável.
Por isso, vale aplaudir Hélio De La Peña, que nos lembra que o humor, especialmente o satírico, o provocador, o que cutuca e incomoda, é parte do DNA da democracia.
Liberdade para Léo Lins. Liberdade para o pensamento crítico. Liberdade para o povo.
Sem ela, não há democracia. Há apenas silêncio com maquiagem institucional.
Autor(a): BZN