21 MAI 2025
Poeta, advogado e imortal da Academia Norte-Riograndense de Letras, Diógenes da Cunha Lima foi às redes sociais fazer um apelo a especialistas em arborização urbana e conservação ambiental para salvar o baobá que ele preserva na Rua São José, em Natal. A árvore, símbolo de resistência e longevidade, está enfrentando um momento crítico: parte de sua estrutura quebrou e caiu, revelando que o tronco está oco e fragilizado.
Com a preocupação de preservar o que considera um patrimônio vivo, Diógenes convoca biólogos, engenheiros florestais, agrônomos e autoridades ambientais a se sensibilizarem com a situação e atuarem na recuperação da árvore. “É um ser sagrado da natureza, carregado de simbolismo. Precisamos unir esforços para mantê-lo de pé”, declarou o poeta.
Árvore com alma e possível inspiração literária
O baobá, conhecido como “a árvore da vida”, pode viver por milhares de anos. Originário da África e presente em poucas regiões do Brasil, é reconhecido pelo tronco largo e pela capacidade de armazenar água. Pode atingir até 30 metros de altura e, ao longo dos séculos, é natural que sua estrutura se torne oca, o que não significa necessariamente que esteja em processo de morte. No entanto, quando essa condição vem acompanhada da quebra de galhos e fragilidade visível, é preciso agir com urgência técnica.
O baobá da Rua São José, além de sua importância botânica e simbólica, carrega uma lenda local encantadora de que poderia ter inspirado Antoine de Saint-Exupéry na criação das icônicas árvores do livro O Pequeno Príncipe.
A possível passagem de Exupéry por Natal é envolta em lendas e relatos não confirmados. Segundo pesquisadores como Pery Lamartine e Nilo Pereira, há testemunhos de que o autor teria estado na cidade entre as décadas de 1920 e 1930, durante suas viagens pela América do Sul como piloto da Aéropostale, mas não existem registros documentais que comprovem essa visita.
Diógenes da Cunha Lima é um dos defensores dessa teoria. Ele destaca que o baobá de Natal é o maior do Brasil em circunferência, com cerca de 19,5 metros, e que sua imponência poderia ter impressionado o autor francês .
Em 2009, o sobrinho-neto de Saint-Exupéry, François d’Agay, visitou o baobá em Natal, o que reacendeu o interesse pela possível conexão entre a árvore e a obra do escritor. Apesar disso, d’Agay afirmou que não há evidências concretas da passagem de seu tio pela cidade. Embora não haja comprovação definitiva, a associação entre o baobá de Natal e “O Pequeno Príncipe” continua a fascinar moradores e visitantes, mantendo viva a lenda e o encanto em torno dessa possível inspiração literária.
Autor(a): BZN