18 MAI 2025
A foto da ex-presidente Dilma Rousseff e o presidente do IBGE, Márcio Pochmann, posando sorridentes com o mapa-múndi invertido, tirada durante evento na China e amplamente compartilhada nas redes sociais, colocou o Brasil no epicentro de uma controvérsia geopolítica.
Com a intenção de colocar a América do Sul no centro, uma inversão simbólica pensada para destacar o Sul Global, os detalhes da cartografia projetada pelo IBGE foram longe demais para os padrões de Pequim.
Ao inverter o globo, o mapa também “quebra” a China em duas partes. Regiões sensíveis como o Tibete e Xinjiang aparecem descoladas do restante do território continental. Já Taiwan, considerada pela China uma província rebelde, surge isolada, sem nomeação, em cor distinta e sem referência à capital, Taipé, um retrato que ignora a política de “uma só China”, princípio basilar da diplomacia chinesa.
A representação desafia diretamente a legislação cartográfica do país asiático, que é clara ao proibir qualquer imagem que mostre Taiwan como separada da China; que sugira fragmentação do território chinês; que oculte ou destaque de forma diferenciada áreas consideradas sensíveis.
Precedentes rígidos e riscos reais
Não é a primeira vez que erros cartográficos geram reações severas. Gigantes globais como Apple, Gap, Marriott e Zara já enfrentaram retaliações da China, desde o bloqueio de sites até boicotes e sanções comerciais, por representações consideradas ofensivas à integridade territorial do país.
A situação se torna ainda mais delicada porque o mapa é oficial, criado por um órgão do governo brasileiro, o IBGE. A presença de Dilma, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, sediado em Xangai, e de Pochmann, autoridade máxima da estatística brasileira, amplifica a repercussão e o potencial dano institucional.
Mapas são mais do que representações físicas. Eles materializam visões de mundo e afirmam narrativas políticas. Ao exibir uma versão do globo que fere símbolos centrais da soberania chinesa, ainda que com intenções pedagógicas ou simbólicas, o Brasil pode ter cruzado, inadvertidamente, uma linha vermelha da política externa de seu maior parceiro comercial.
Pois bem!
Segura essa Brasil! A China possui legislação rigorosa sobre representações cartográficas. A Lei de Topografia e Cartografia (2002, emendada em 2017) proíbe qualquer mapa que sugira divisão do território nacional ou que represente Taiwan como entidade separada.
Normas técnicas emitidas pela Administração Nacional de Topografia reforçam que Taiwan deve constar como parte integral da China, com a mesma cor e sem divisões visuais. A omissão de regiões sensíveis como Xinjiang e Tibete, ou sua separação gráfica, também é vedada.
O descumprimento dessas regras pode gerar sanções, bloqueios e exigência de retratação, como já ocorreu com empresas como Apple, Gap, Marriott e Zara.
Autor(a): BZN
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18 MAI 2025