26 MAI 2025
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) na capital potiguar alcançou 80,4 pontos no mês de maio deste ano, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado na última quinta-feira (22). O índice representa um crescimento expressivo de 28,3% em comparação com os 62,7 pontos registrados no mesmo período do ano anterior, consolidando o sexto mês consecutivo de alta na comparação anual.
Apesar do avanço, o indicador permanece abaixo da linha considerada positiva, fixada a partir dos 100 pontos, e mantém Natal entre as capitais com menor intenção de consumo do Nordeste, superando apenas João Pessoa, que registrou 66,7 pontos. A média nacional, por sua vez, está em 101,5 pontos.
Os dados revelam sinais de recuperação no cenário local, ainda que limitado por fatores como o fraco dinamismo da economia e entraves estruturais persistentes. A análise por faixa de renda mostra que o avanço foi impulsionado principalmente pelas famílias com renda de até dez salários-mínimos, que apresentaram um crescimento de 35,4% no índice geral. Nesse grupo, o interesse pela compra de bens duráveis cresceu 104% no comparativo anual.
Por outro lado, entre as famílias de maior poder aquisitivo, houve retração de 7,6% no consumo, com destaque negativo para o segmento de bens duráveis, que apresentou queda de 26%. Na comparação com o mês anterior, o ICF registrou recuo de 3,1 pontos, impactado por quedas tanto no grupo de menor quanto no de maior renda, o que evidencia um ambiente de consumo ainda instável.
Para o presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, o resultado de maio reflete uma dinâmica de recuperação sustentada, mas insuficiente para equiparar-se ao desempenho médio nacional ou ao de capitais nordestinas mais robustas. “O crescimento do consumo entre as faixas de menor renda mostra que as políticas de estímulo ao emprego e de transferência de renda têm gerado impactos positivos, mas é preciso atenção à retração entre os consumidores com maior poder aquisitivo. Essa perda de tração pode sinalizar incertezas maiores no médio prazo, especialmente sobre crédito e perspectivas de consumo”, concluiu.
Autor(a): BZN